Fico a imaginar o quanto de ar há naquela boca
Não sei se nesses lábios mora uma voz grossa, talvez aguda ou meio rouca. Louca sou eu de ficar a imaginar vozes e timbres sem o menor comportamento sendo que, a única coisa que ouvi de sua boca foi o sopro daquele instrumento. Sopro esse tão prazeroso que deixa em baixo de seus pés o vento que desperta todos os outros ventos que há no íntimo, na alma, lá dentro. Esse instrumento preferido de toda mulher que sabe o quer, de uma dama que chora todas suas mágoas e rir de todo seu riso. Um som que muda o estado de humor de qualquer ser, que desperta os sentimentos mais belos e proibidos, que encanta os moços, que arrepia os seios, que balança os cabelos e mordem-se todos os lábios. Sopro que soa bem e nos dar o ar da graça.
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