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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Metade

Metade de mim é o sentimento de me dar
Me dar a um sentimento verdadeiro
Mas a outra metade tem medo de se entregar demais
e se machucar

Metade de mim é o teatro, minha vida, meu ofício
Mas a outra metade é a consequência de quem brinca com fogo
com o qual se entrega sem ter pena do templo

Metade de mim é a vaidade de ser quem eu sou por dentro
e gostar disso
Mas a outra metade acusa e é limitada

Metade de mim é a alegria sem fim
é o brincar com o caçula, cantar e dançar ingenuamente
A outra é a melancolia que eu busco nas canções
pra não ter que buscar em bares e boates

Metade de mim é a entrega por inteiro em que me entrego pelos meus
Mas a outra metade as vezes se sente sozinha. Sozinha no físico, na pele
pois espiritualmente sabe que existe um amigo que é mais que isso.

Metade de mim é o corpo malemolente por que quer ser
Mas a outra metade o enrijece com medo de fazer coisas que não se deve fazer

Metade de mim é a vontade de carregar no ventre um curumim
Mas a outra metade diz que está cedo e está mesmo.

Metade de mim é a música é o meu ritmo que eu mesma o faço
Mas a outra metade as vezes é um meio robótica, sem vontade.

O único que conhece minhas metades é o meu pai celestial
Pra ele não existe metade , porque me conhece por inteira.

E quem ficar com alguma delas estará comprando uma boa metade
Todas elas encaixam doçura e inocência.
Mas CUIDADO!

Todas são muito frágeis e quem não obtém  leveza, as quebram.

Mas ela tem uma exigência: Não aceita olhares dispersos, quer concentração. Atenção.
Quem não tem, esse não as leva.

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